Já não há luz em Aquino, exceto aquela que clama do firmamento pelo olhar dos que não lhe voltam o rosto. Soturnas, flechas cruzam os muros atingindo bons homens, que deixaram a vigília, confiando a segurança dos seus às sólidas muralhas do castelo. Almas cambaleantes tentam despertar em meio às investidas da escuridão. Não há fogo, mas a dor queima. Despertas, almas livres procuram resistir carregando seus feixes e arcos. O castelo reage, mas quem são os alvos na escuridão? Desorganizados, perdidos em meio ao caos; as poucas tochas assombradas pelo desespero. Então, uma das crianças tropeça e derruba um candeeiro numa parga. E a noite é interrompida pelo clarão do incêndio. Os civis buscam água; no céu, pode-se, enfim, ver as setas cruzando as alturas. Então, o bom Capitão ordena a seus arqueiros que tornem flamejantes suas armas. E a chuva de luzes tal como estrelas cadentes permite ver no horizonte o inimigo. Os soldados olham para o céu anda mais pontilhado na companhia das chamas provocadas por suas mãos. O que era caos se tornou ordem; o que vagueava perdido agora tinha direção. O temor deu lugar à bravura e a desesperadora falta de coragem cedeu lugar à esperança. Fleumática, a fortaleza se volta a seus violadores e expulsa plenamente os invasores na alvorada.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
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