Ventos movem pra longe,
quem se põe a navegar.
Nova brisa, novo horizonte,
outras terras pra caminhar.
Sussurros desconhecidos,
em idiomas a desvendar,
instigam nossos sentidos,
deixam decisões a tomar.
A consciência lança âncora,
Fixa o juízo no fundo do mar,
para manter a esperança.
Farol que leva à bonança,
não teme o que encontrar,
se a Verdade a alcança,
quinta-feira, 4 de outubro de 2018
Lastro
sexta-feira, 13 de abril de 2018
Dez anos no castelo...
Esses dias, discretamente, completei uma década de magistério. Tempo propício para agradecer a Deus pelo tempo que me foi concedido; pelas almas confiadas a meus cuidados; pelas sementes celestiais de paciência que tentei cultivar, de maneira a alimentar a razão sem perdê-la, a ponto de avaliar como difícil para algum homem honesto se lembrar de algum ato indecoroso ou um tabuísmo que pudesse macular a dignidade do egrégio ofício que a benevolente Providência me outorgou. Entrementes, escuso-me se, de alguma forma, deixei de perscrutar o horizonte que me foi designado.
Agradeço pela impassibilidade a qual me permitiu seguir em frente contra a correnteza; contra o desrespeito e o desprezo aos anos de serviço; a lecionar a quem, por vezes, não desejava aprender; a respeitar o livre-arbítrio alheio, incluindo a liberdade de jogar a própria vida fora, a qual, muitas vezes, repassa a quem só almeja levar espíritos à luz da Verdade a covardia de não ser capaz de dizer isso às claras aos próprios pais e enfrentar as consequências.
Sou grato pela educação católica que fecundou a família em que nasci e que cresceu na alma com o corpo a ponto de se estabelecer como parâmetro fundamental que dá sentido à existência.
Consola-me saber que minha voz em uma sala de aula não costuma ser lembrada pela facúndia política, mas pela objetividade das lições, acerca de conteúdos que se referem à excelsa Ciência que tem por objeto o alfabeto com o qual o Senhor criou o universo e que, por caridade, resolveu compartilhar com a humanidade a habilidade para compreendê-lo e manipulá-lo, a fim de lembrá-la permanentemente de seu múnus de corresponder a aspirações por coisas mais altas.
"Gratias ago tibi, Domine" pelos anticorpos que a cada dia combatem o câncer das mágoas, do remorso, do ressentimento, conservando a sanidade espiritual; pela refeição, cuja sesta alivia nossos fardos e nosso cansaço em um coração manso e humilde.
Só Vós conheceis as horas. "Fiat voluntas Tua"! E continuai, obsequiosamente, a me conceder a graça de cumpri-la.
Ad majorem Dei gloriam.
Amém.